atitular

ontem, depois do suco frio que me ofereceram,
eu quis fazer algo bonito,
admirar uma bola brilhante, colorida
daquelas que serpenteiam e não se importam se o passeio é 
terrestre, 
aéreo 
ou aquático.

planejei,
mas parece que vai chover:
o vento um pouco rápido demais, as nuvens encorpadas,
um arrepio na espinha, a porta bate de supetão.
pensei, 
não vai dar pra sair...
2 minutos depois era só água:
escorrendo pela janela...
pingando no telhado...
transbordando no balde...
nos encharcamos às 3 da tarde, 
coisas que a meteorologia não prevê.
não que a premonição não funcione,
mas não é fácil distinguir chuvisco de tormenta.
nos dias de chuvisco, 
a cidade até ousa sonhar com a dança da bola colorida:
rolando pela areia,
passando pela mão de criança,
e num voo ligeiro, mais uma vez aos céus.
mas foi tormenta.

quando é assim, os besouros se escondem
por baixo das folhas...
das pedras...
escondem cortes...olhares...
procuram abrigo nas tampinhas de garrafa,

e ficam.

a.n.

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