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Mostrando postagens de setembro, 2019

errâncias III - como chamas

qual é o nome dessa dor, que de tão minha, não sei se me pertence ou se pertenço a ela. dor de não pertencer, de não ter pra onde correr, por mais que correr seja sempre a única opção: -ficar não posso, trago na mala a sensação do penar. ~~~~~//~~~~~//~~~~ mala: s.f. 1. caixa de pandora que não se deve abrir ~~~~~//~~~~~//~~~~ a dor me faz permanecer, por ser a única coisa que pertence. de resto, nada tenho, resta o vocativo. ~~~~~//~~~~~//~~~~ perguntam meu nome e nunca entendem bem: - me chamam de la dolor/ida a.n.

errâncias II

adentro del río não reconheço meu corpo, tampoco las palabras. quando noto miradas, silencio na mata feito presa camuflada: o disfarce era o medo ou era eu? ~~~~~//~~~~~//~~~~ depois da última chuva as borboletas voltaram: amarelas, e não azuis das que comem, mas não bebem. ~~~~~//~~~~~//~~~~ como parir mapas quando narro minha rota, narro todas as demais: narração para o caos contação para derrotas. doloridas de tantas histórias, repartem seus próprios trajetos em líricas ~~~~~//~~~~~//~~~~ cartografia: s.f. 1. técnica para traçar 2. dom para contar a.n.