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após demasiados silêncios nos cômodos, a luz das 5 da manhã com ares marítimos se torna a única certeza de claridade para os olhos e janelas da casa. de olhos entreabertos, por segundos mínimos e sonolentos, creo con todas las ganas que em algum percurso onírico durante as horas passadas eu tenha encontrado a chave da porta: se fosse verdade, faria de tudo pra que não entrassem, pra que eu não entrasse, e antes de mais nada, num salto mortal alcançaria mercúrio. não sendo possível evitar a entrada, que pelo menos a trancassem na saída. desperta, ao final dos primeiros instantes, me vejo uma vez mais dentro da sala: o sofá marrom, as paredes amarelas num enjoo de calor ao meio-dia, o banco que se desfaz à meia-noite. dentro de 4 paredes o corpo dócil, imbecil, débil prefere - antes de queimar sofás asquerosos e bancos traiçoeiros - acender a si mesmo buscando ascensão. ar quente sobe, e lá do alto quando me penso livre, descendo de poeira à cinza de cinza