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Mostrando postagens de abril, 2019

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após demasiados silêncios nos cômodos, a luz das 5 da manhã com ares marítimos se torna a única certeza de claridade para os olhos e janelas da casa. de olhos entreabertos, por segundos mínimos e sonolentos, creo con todas las ganas que em algum percurso onírico durante as horas passadas eu tenha encontrado a chave da porta: se fosse verdade, faria de tudo pra que não entrassem, pra que eu não entrasse, e antes de mais nada, num salto mortal alcançaria mercúrio. não sendo possível evitar a entrada, que pelo menos a trancassem na saída. desperta, ao final dos primeiros instantes, me vejo uma vez mais dentro da sala: o sofá marrom, as paredes amarelas num enjoo de calor ao meio-dia, o banco que se desfaz à meia-noite. dentro de 4 paredes o corpo dócil, imbecil, débil prefere - antes de queimar sofás asquerosos e bancos traiçoeiros - acender a si mesmo buscando ascensão. ar quente sobe, e lá do alto quando me penso livre, descendo de poeira à cinza de cinza

recursos naturais II

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hoje voltaram as chuvas: nos escorremos, aprofundamos nossos sulcos, ocupamos espaços contaminados, deitamos raiz em rocha. passamos muitos dias limpando rios, pensando que resgatávamos nascentes: algumas delas secaram por conta de um verão intenso, outras, por dentro da floresta preenchem extensões entre folhas e raízes, encontram morada. na tarde passada, no meio da prosa, escutamos que enchente só afoga quem desvia o curso do mergulho. água é de penetrar o solo: - desce para retornar às entranhas, se converte em fonte de descanso e tons de azul em 3 movimentos: a fonte vertida que dá de beber aos animais, aos viajantes, aos forasteiros e aos exploradores. o silêncio. o retorno ao leito que dá de juntar trechos de gente, pedaços de língua, fios de certeza, traços de epiderme. a.n.